
Me divirto muito ao relembrar histórias fantásticas como as contadas por Cervantes em Dom Quixote. Nossos anseios e nossos temores parecem tão pequenos frente uma realidade moderna ou pós -moderna.
Parodiando os fatos ocorridos a um cavaleiro que em três empreitadas lucrou a salvação mental de toda uma geração que viria depois. Ora, Dom Quixote soube enamorar-se de uma Utopia. Lugar descabido naquele e neste tempo. E, por não ter parada, pode estar presente no anseio de muita gente. Então, digamos em uníssono: Dom Quixote não morreu! Como não findam as queixas pelos dias heróicos, dias de martírio, dias mágicos, dias em que sentimo-nos órfãos onde outrora éramos crianças livres.
O Que é razoável não cabe nos nosso anseios. Queremos mais! Então, para encurtar a estória venho tecer alguns comentários loucos, bobos e roucos.
Está se aproximando o dia sete de setembro. Feriado para muitos. Para alguns será dia de desfile pelas ruas. Neste Brasil tenho pena das crianças que ficam a manhã inteira num sol escaldante para desfilar como pequenos Quixotes a procura de uma Dulcinéia.
Como vai a educação brasileira? A educação para a civilidade, tolerância, diálogo?
O que posso destacar na obra de Cervantes, e na ficção magnífica a que me referi é o seu poder de fazer acreditar em si mesmo, acreditar no diálogo, partir para a busca da realização pessoal. Fazer a diferença no mundo.
Pai de infinita bondade, que a data da Independência do Brasil nos ensine a conservar em nosso peito a chama constante e ardorosa de amor por esta terra bendita que nos acolhe.
Passam os anos e não esmorece o sentido de união e cordialidade que nos impele a sairmos em direção duma compreensão maior de nosso ser e estar no mundo. Neste espírito de confraternização pedimos que cada um de nós sejamos peças fundamentais e inspiradoras dum bem-comum para cada pessoa próxima ou distante.
Que saibamos fazer jus da herança a nós confiada e, assim,resgatarmos muitas pessoas para a fé , esperança e caridade almejadas desde sempre por todos.
Helder Camara