Há poucos dias refletia sobre a fogueira nas festas juninas.
Hoje quero refletir sobre o lixo. Quantas vezes ouvia o gemido sofrido dos meus amigos e irmãos catadores de papel reciclável.
Pois, bem. O lixeiro é bem visto porque ele traz o alívio a todos da cidade daquilo que é refugo.
Agora, o catador nem sempre é bem-visto. Andar sol a sol para conseguir o peso do seu material arrecadado com o suor do rosto e muita andança.
Quanto tempo e energia para conseguir uns centavos pelos plásticos, metais e papéis que ninguém mais queria.
Hoje há as cooperativas, a intenção de lixeiras seletivas, para que se evite perder matéria-prima.
Mas, acontece que a maioria dos que buscam seu sustento ou uma renda a mais catando e ajuntando material reciclável, quer mesmo é colocar comida na mesa. Ou, então, comida na barriga.
A fome é infalível.
Mais cedo ou mais tarde todos teremos fome de algo. Se não é alimento, é fome de saber, fome de amor, fome de conquistas, e por aí vai.
Aqui, então, entra o fogão. Grande invenção para a humanidade. Poder cozinhar alimentos. Exercer a alquimia de transformar grãos, carnes e muito mais em algo tão importante para a nossa alimentação. Como é gostoso uma comida quentinha, não é?
Um doce feito com carinho naquele fogareiro e cozido bem ; sem pressa.
Amigos, não desperdicemos tempo nem energia em procurarmos soluções para a nossa vida , bem como para a vida da nação brasileira.
Busquemos inspiração nestas duas realidades: a fome e a falta de alimentos.
Não é hora de desistir nem de se entregar ao desanimo.
Lutemos pelo nosso irmão que necessita de apoio para que tenha vida digna sobre a Terra.
Que saibamos partilhar do produto de nosso fogão.
Que as sobras e materiais recicláveis tenham um destino digno e assim também os recicladores, nossos irmãos.
Paz!
Helder Camara