Florzinhas: o franguinho João

O franguinho João ciscava despreocupadamente pelo terreiro. Sua vidinha era monótona.Ele e outras penosas conviviam pacificamente no terreno de terra batida – ora sossegado, ora incomodado pelo cãozinho da casa.

“-Que peste!” Dizia João para suas amigas Garnizés. É só chegar visita e esta criatura vem latindo.

“-Já chega! Vou-me embora pro poleiro.” Mal sabia que aquela visita de ‘gente de fora’ traçaria o rumo de sua existência.

É que dona Zezé procurava criar galinha para depois vender ovos e carne de sua produção.

O tal franguinho que destacamos tinha uma peculiaridade. Era mestiço, de pequeno porte e com uma plumagem toda negra.

“- A criação vai ser linda, pensava a nova dona do João-franguinho.”

Já o dono da casa matutava em como pegar o animal, que era ligeiro.

“-Vai ter que ser de noite!” Seu Armando mudou o poleiro de lugar e na hora inesperada para o ‘João-empoleirado’ o homem foi até o galinheiro improvisado. A ave recebeu um faixo de luz que a fez estancar os movimentos e nestes segundos foi pega e colocada num saco de linhagem, para que não escapasse.

Que será de nosso amigo de penas, o João?

Quem diria que na noite escura e sossegada ele seria alvo de um engano.

“-Socorro! Socorro! ” Gritou ele ao longo daquela madrugada interminável.

A manhã acordou fria e enevoada. Dona Zezé logo levou sua aquisição. E, o João, não podia acreditar:nada de cães a ladrar, nada de terra batida. João era o dono do galinheiro.

“-Viva!” Gritava (carcarejava) o João-Galinho!

“-Sua geração será bem-aventurada!” Dizia dona Zezé para o amigo-bichinho.

Assim também, somos como João-franguinho. Há muito o que saber da vida. E nada melhor do que cantar de Galo!

A plenitude de nossa existência tarda a ser reconhecida.

Só a perceberemos quando tiver passado a noite escura e as amarras a nós infligidas.

A manhã da libertação nos reserva surpresas e toda a nossa existência recebe novo sentido e nova esperança ao percebermos que somos espíritos imortais e há muito o que ser transformado e experienciado na real dimensão do ser eterno.

Viva a vida!

Helder Camaragalinheiro

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