Neste tempo em que no Brasil se prepara a homenagem às crianças – em outubro dia 12, vou deixar pequenas florzinhas para os amiguinhos.
São estórias que nos levam a pensar sobre nossa realidade e que os adultos nos ensinarão a compreender melhor.
VIVI VIVE!
Um dia encontramos a Vivi. Assim ela disse que a chamavam. Brincava distraidamente num grande pátio de terra batida. Chamou-me a atenção o seu semblante alegre, embora a realidade a sua volta ser da mais pura simplicidade. Uma menina de seus sete anos, pele cor de jambo e olhos claros. Talvez de um azul profundo nunca antes visto na terra.
Ela olhou-me nos olhos e disse como que profetizando:
” – Quer brincar também?”
Eu acenei com a cabeça e começamos a riscar no chão. A brincadeira era o famoso Jogo da Velha. Entre círculos e cruzes fomos mostrando que até para um jogo é preciso conhecimento e atenção. Ela assim dizia:
” – Olha só. Às vezes ,a gente quer ganhar o jogo e esquece de defender o nosso espaço. Outras vezes ficamos tão intransigentes que nem um nem outro ganha e temos que riscar o “V” de velha.
Sorrimos muito, porque parecia que a menina lia meu pensamento quando retruquei pensando:
” – Ou “V” de Vivi.
Esta criança me ensinou que até os velhos querem uma vida com leveza. Não dá para viver competindo, puxando tapete dos outros, ludibriando ou enganando com intenção de vencer.
A vida não é um jogo. Jogar nos treina no sentido de aprendizado, cooperação e alegria.
O esporte serve para isto, os jogos e brincadeiras são treinos para saber bem viver.
Foi aí que me vi renascer e tive o meu despertar para as coisas do Espírito. Foi quando fiz esta rima para a mais nova amiguinha:
” -Vivi, vive!”
Helder Camara