Dando sequência às florzinhas deste frade ora franciscano agora espírito passarinho a gorjear palavras inefáveis que a gentileza de medianeiros fazem possível tornarem-se materializadas.
Chegou outubro. Começamos bem com a menina Teresinha de Lisieux a derramar uma chuva de rosas em nosso jardim, seja em que plano de existência que estejamos. Depois é a vez do jovem Pedro, chamado amorosamente por nós de Francisco, o de Assis. Agora aos franciscanos dedico uma historieta.
“Era mês de maio, muitas pessoas da redondeza voltavam a frequentar a pequena capela da Senhora do Pilar.
Gente simples vinha de longe para depositar uma oferenda aos pés da Senhora Mãe de Jesus e nossa Mãe.
Aparecida vinha acompanhada dos pais. Vinha apresentar flores para agradecer a graça que pedira para si. É que ela estava enferma e queria viver. Não tendo como precisar qual o seu mal, apelou para a Mãe do Céu.
Ela própria carregava o nome de Aparecida para homenagear a Padroeira dos Brasileiros. Como Madrinha Nossa, a Mãe Aparecida haveria de desfazer os nós que incomodavam a jovem que sofria dores abdominais fortíssimas.
Mas, ah! Qual não foi sua surpresa ao encontrar naquele mesmo dia um rapazinho que pedia um trocado.
_Que é isto , menino? Você não tem família para te sustentar? Para quê quer dinheiro?
O menino olhou-a com desprezo e lhe disse:
_Para comprar uma arma e te matar!
Aquela cena foi assistida por muitos. Aparecida saiu triste e sem jeito. O menino permaneceu na esquina e logo não foi mais avistado. A rua estava lotada e outras pessoas encobriam a figura franzina que carregava um pacote de doce nas mãos. O nome do garoto era Pedro. A dor daquele pobrezinho não era física. Sua realidade era difícil porque cheia de tormentos no seio de sua família. A mãe tinha que se ausentar por conta do trabalho. O pai desempregado , ficava o dia inteiro na porta de casa, como olheiro e fazendo amizades com pessoas que não tinham escrúpulos.
Ele e mais sete irmãos brigavam por tudo: atenção, espaço, comida. A pior hora para Pedro era o momento da refeição. Se assim podemos chamar a panela de comida preparada pela irmã mais velha. Naquele momento eles reviviam os conflitos e a comida descia engolida com a amargurada sorte dos que lutam e não esperam nada além de sobreviver.
Temos opções sempre. Encontramos com as pessoas em várias ocasiões. Aparecida e Pedro se encontraram na vila em festa. A Mãe de Jesus estava presente. Venerada com o nome de Pilar. Qual a razão deste título a Maria de Nazaré?
O fato é que a fé em dias melhores sustentava a ambos”.
Maria veio trazer o Cristo para a humanidade. Por ela os franciscanos têm a maior devoção.
Na festa de casamento que está descrita no Evangelho de João ela intercedeu pedindo o vinho da alegria para os convivas que ficaram desprevenidos. Foi o sinal realizado por Jesus : Ele transforma realidades.
O que a presença de Jesus transforma em seu viver?
Os serventes tiveram papel importante. Não ficaram questionando as Palavras de Maria que pediu para que fizessem conforme Jesus dissera.
Feliz de Maria , feliz dos servos que atenderam prontamente e preencheram as vasilhas com a água que tornar-se ia o vinho novo – o melhor que era guardado para o momento certo.
Agora é a hora. Nas antigas talhas da purificação ritual, Jesus manda preencher com água para outro fim.
Esta intenção que não era para aquele tempo , Jesus já havia explicado para sua Mãe:
” _ Mulher, a minha hora ainda não chegou .”
Para os homens e mulheres desta hora ( momento presente), Jesus é o nosso velho conhecido, Maria , a mulher solícita e atenta à realidade. Como nova Eva ela vem trazer-nos ao Jardim do Édem sonhado por tantos. A hora da transformação que Jesus havia dito é esta hora do Espírito, o Vinho Novo. Nascido do Espírito.
Assim somos todos nós: nossa origem é Espiritual.
Preencheremos as nossas taças com os prodigiosos sinais que deixou-nos o Mestre ou enjeitaremos a dádiva a nós concedida de experienciarmos uma nova realidade vinda do Alto?
A vinha em flor exala seu perfume. A Amada convida a que vamos ao seu jardim.
O Pai Francisco nos exorta à obediência ao Evangelho.
Reconstruamos a ” Porciúncula” .
Paz!
Helder Camara
Uberaba, 04 de outubro de 2015.